Neurociência e empreendedorismo

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O termo neurociência está em alta, especialmente no meio acadêmico. Ele é usado para denominar uma área interdisciplinar do conhecimento que se dedica a estudar o sistema nervoso humano, incluindo a sua estrutura, os processos que acontecem nele, como funciona, o que pode alterá-lo e outras minúcias. Esse conceito é aplicado em diferentes campos, mas hoje vamos estabelecer a sua relação com o empreendedorismo.

A mente empreendedora

Se a neurociência estuda tudo que tange ao sistema nervoso, nada mais justo do que começarmos falando sobre a mente empreendedora, a partir de algumas características levantadas por cientistas.

Por exemplo: alguns estudiosos afirmam que entre as pessoas que empreendem por vontade e não por necessidade, o otimismo é uma característica bastante presente, porque permite a geração de menos emoções negativas, como o medo de errar e a frustração, por exemplo.

Também existem estudos que demonstram que nos empreendedores, algumas regiões do cérebro se desenvolvem mais do que em pessoas que nunca tiveram o seu próprio negócio. Isso faz com que eles potencializem a capacidade de tomar decisões com mais rapidez, de desconsiderar certas situações que prejudiquem a harmonia do negócio e de construírem uma visão geral mais ampla.

O conjunto de todos esses elementos faz com que essas pessoas sejam mais impulsivas, porque a sua resposta motora aos fatos e acontecimentos é mais precoce e nem sempre a decisão é tomada depois que o processo cognitivo já foi concluído. Isso pode ser um fator positivo ou negativo, depende de como o empreendedor vai conduzir.

Neurociência para empreender melhor

Alguns coachs já têm se apropriado das descobertas da neurociência para orientar os empresários sobre como empreender melhor por meio delas. Foi essa ideia que deu origem ao livro “A ciência do sucesso”, do grande empreendedor norte-americano do setor industrial Charles Koch.

Uma das principais formas de aplicar a neurociência nesse sentido é por meio dos modelos mentais. Podemos dizer que esses modelos são as lentes pelas quais as pessoas veem o mundo que as cerca. Por exemplo: a forma como um empresário encara uma grande crise econômica e, consequentemente, a sua reação a ela, vai depender do seu modelo mental.

Em geral, esses modelos são coletivos e estão muito ligados a uma construção cultural. Mas individualmente, é possível ampliá-los e ressignificá-los, programando a mente para superar padrões ultrapassados.

Outro princípio da neurociência aplicada a esse universo é o processo de delegar o poder de decisão a pessoas que serão responsabilizadas por ele e recompensá-las na medida em que contribuírem com a empresa ao assumir esse papel.

Neuromarketing

Outra contribuição da neurociência ao empreendedorismo diz respeito a como os empresários e suas respectivas marcas vão se comunicar com o seu público-alvo. O neuromarketing traz descobertas científicas para essas estratégias de comunicação, comprovando, por exemplo, a eficiência do storytelling (especialmente quando vinculado à jornada do herói) e à criação de gatilhos mentais (senso de urgência ou de necessidade, por exemplo).

A ideia de criar campanhas mais objetivas, que possam ser absorvidas e interpretadas com facilidade e a colocação do produto ou serviço como solução para um problema também são princípios do neuromarketing.